Aceso!

Prefiro o amor que se faz no silêncio de um olhar, um amor que explode em sentimento quando as bocas se encontram. 

Um amor que não cobra mão entrelaçada, mas que anda junto até mesmo na ausência.

Um amor que tem seu código próprio, quer a dois, quer suave, quer porta fechada, porque ele sabe, que quando abrimos a porta, mesmo que seja uma pequena fresta, a chama aos poucos sucumbi, tal como a de uma vela exposta ao relento, e o que era aceso passa a ser escuridão. 

Um amor difícil de definir, ele só sabe sentir, ele quer só estar, esquecendo a obrigatoriedade de ser, ele é para quem quer um mundo particular, quem quer viver sensitivamente cada movimento.

Um amor que soma, potencializa nosso melhor, se nós somos bons, nos tornamos foda.

Fique, se for amor!

Eu vivo um sonho - um sonho onde as pessoas veem o amor sem complicação, com a simplicidade que ele tem, puro, inteiro, se assim não for, esqueça, não é amor.

Um mundo em que as pessoas perceberam que a vida é uma contagem regressiva, e perder tempo com miudezas, pequenices, é deixar a vida escapar ali diante dos olhos.

Em meu sonho há um amor leve, livre, que cuida, mas que não usa esse cuidado para machucar, maltratar, sufocar. Um amor que abraça, que senti falta das coisas mais insignificantes aos olhos do mundo. Um amor que dialoga, que sabe seu lugar. 

Afinal o amor é isso, todo o resto é uma tentativa de desumanizar o amor. Geralmente agimos assim por medo de viver tudo que ele pode oferecer, achamos que não somos capazes de dar conta, ou que não somos merecedores de tamanha felicidade, ai escolhemos migalhas, pedaços, e tantas vezes escolhemos tristemente nos flagelar e amar sozinhos.

O amor necessita de casa arrumada, de interior iluminado, sorriso fácil, ele precisa de coração disponível, precisa de  reciprocidade. 

Viver esse sonho na real, não é fácil, ele assusta, espanta, tange as pessoas como animais acuados por algo que elas não conhecem, muitas não suportam e seguem o curso, outras se arriscam, se encantam e ficam, e quando ficam é para sempre.