terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Um afago na Alma


Um punhado de sal, umas gotas de oceano, um afago do sol, sorrisos e a certeza de dias de felicidade, tudo muito caro para quem sabe o valor de cada segundo que a vida nos dá, afinal são coisas que o dinheiro não compra, e com exceção do sorriso todo o resto está ai, é publico. O sorriso é a exceção por ter um preço singular: a empatia, o desejo de passar uma mensagem de gratidão, de felicidade, de amor, de carinho. O sorriso é um afago na alma, e cabe a cada um de nós conquistá-lo. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Vôo Alto




Às vezes os pés cansam, resultado claro dos caminhos que escolhi, outras tantas vezes os olhos lacrimejam diante das complicações de quem atravessa esse caminho e, por estarem sem rumo apertam essa estrada, se embaraçam em um caminhar que não lhes pertence. Outras vezes o coração se faz miúdo diante das dificuldades estruturantes de necessidades mitificadas. Às vezes a voz se cala, diante de gritos que afastam o desejo de evolução do amor, além de outras tantas vezes o julgamento maltrata. Mas estar sob minha pele é tarefa que não se quer, porque é necessário coragem para dar os passos que dei, para guardar as memórias que guardei, os amores que abrigo e abriguei, os abraços que ganhei e outros tantos que perdi, é preciso no mínimo ser sonhador para enxergar além do horizonte toda lindeza que a vida tem reservado para seguir forte, reto e cheio de sementes de amor que aprendi a semear por onde passo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Infinitamente


Leve a alma, leve;
Lave a face, lágrimas;
Toque o corpo, carne;
Abra a janela, alma;
Morda o lábio, quente
Plante o amor, regue;
Abrace o corpo, casa;
Colha a felicidade, coragem.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Escrevivência

"Vá em casa e fale com seus pais para ir comigo para o passeio amanha"
Essa era a frase que desencadeava um fervor sem tamanho, ansiedade que não me deixara dormir até que a resposta de meus pais me enchesse de felicidade. 
- Mãe, Maria esta organizando um passeio para Barra de São Miguel, vai ser na madrugada de sábado para domingo, ela me convidou para ir com ela, posso ir?
- Vocês vão de ônibus ou caminhão?
- Ela fretou um caminhão, desses que a senhora vai para Juazeiro do Norte, tem bancos e é coberto. 
Maria era minha vizinha, e apesar de meus oito anos de idade, eramos amigos. Maria morava em uma casa em frente a minha, na parte de cima da rua. Entre minha casa e a dela passava a linha do trem, de onde tantas vezes, sentado em sua calçada, esperando o bolo ficar pronto, via aquela serpente de ferro subindo barulhenta rua a cima.  
- Mãe, a senhora tem um dinheiro para eu comprar uma fatia de bolo de Maria.
- Hoje não meu filho, veja outra coisa para o lanche.
Nem sempre eu poderia comprar a fatia de bolo.
- Maria, hoje minha mãe não tem dinheiro para me dar.
- Já guardei sua fatia, depois você paga.
Algumas dezenas de vezes não paguei a Maria, com oito anos de idade dependia de meus pais e nem sempre eles tinham dinheiro para me dar.
Maria me tratava como um amigo próximo, como se fosse um de seus filhos, e acho que era por isso que meu prato azul, de plástico, com marcas de arranhões de garfo e faca,  sempre me esperava com a fatia de bolo do canto da forma.
Assim era a relação que tínhamos e foi essa relação de proximidade e confiança, que fazia meus pais  dizerem sim ao passeio à praia.