domingo, 10 de agosto de 2014

Trem da vida

 
Quantas vezes ao sentar na beira da linha férrea desejei que o mundo ficasse as escuras do superficial, para que fossemos iluminados apenas pelos olhos de Deus. Quantas vezes ao fazer esse mesmo caminho mim vinha a certeza de que ali, entre um "dormente" e outro, escondia-se um mundo novo e, que de alguma forma meus olhos o enxergava e meu coração o sentia, meu transporte era aquele trem de carga vermelho ferrugem, que em tantas ocasiões eu corria a persegui-lo, puxava de seu seio um grito de ar comprimido, a procura de uma resposta de qual "dormente" se abriria a tal porta para o novo mundo, não sabendo eu que a porta estava a todo tempo em mim, em cada desejo, em cada sonho, em cada palavra, nas pequenas coisas que todos os dias me abraçava e me transportava.
 
 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Constante


Poderia cair o mundo e tudo sucumbir, mas nada seria capaz de me desligar de tudo que vive ao seu lado, ficará em mim como parte de quem sou, tão intenso que as vezes penso que não haverá mais nada, ai você chega, sorri, mexe no cabelo, me abraça a ponto de seu cheiro me tomar de assalto e fim, começa tudo de novo.