terça-feira, 31 de maio de 2016

Taça de Vinho!


As vezes encontro você em outras bocas.
Te vejo nas cruzadas de pernas que me prendem a você até hoje.
As vezes te encontro na rouquidão das vozes, que tentam ecoar
em meio ao tremor das entranhas.
As vezes te encontro no cheiro que exala quando outros cabelos são secados ao vento.
Ainda te sinto compartilhando o sofá, em meio ao breu subitamente interrompido pelas cenas do filme que nos resgatava o ar.
Ainda sinto seu gosto nas taças de vinho, e que por instinto continuo derramando em meu peito, na esperança de sentir seu lábio.
Ainda sinto você para mim, mas isso não me deixa em martírio. Simplesmente porque você foi uma parte que chegou para me fazer melhor, foi meu antes e depois.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vidas e Solidão!


 
Após muitos anos resolvi abrir a porta, é certo que saí meio sem rumo, não reconheci os caminhos que meu corpo conheciam de olhos fechados, mas havia cansado de sonhar sozinho, de ver a madrugada definhar na esperança de sentir o calor de sua alma junto a minha.
Cansei de sentir a cama vazia, mesmo você estando lá.
Cansei de ver meus planos terminarem sozinhos, mesmo sendo pensados para dois, e a essa altura não cabe dizer que você nunca fez parte, porque sei que um de meus erros foi ter sonhado mais para você do que para mim.
Cansei de ver o tempo passar estando do lado de fora da cena, mesmo sendo eu o ator principal.
Mesmo sendo um processo dilacerante, me alimento da certeza de que nós merecemos muito mais que isso, e aos poucos vou redescobrindo os caminhos por onde sempre caminhei.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Fora do Peito



Tenho aprendido a viver com amores que batem fora do peito,
Amores que me leva por caminhos nunca trilhados,
Amores que me deixa acordado, e mesmo durante dias sem dormir,
consegue me fazer renovado a cada amanhecer.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Marcas

 
 
Ainda há em sua boca as marcas da nicotina e outras drogas burras,
Ainda há em suas mãos certo tremor deixado pelos dias de ansiedade e solidão,
Ainda há marcas em sua face, deixadas por longas noites de insônia,
Ainda há, mesmo depois de tantas anos, e de uma forma surpreendente, uma voz que soa forte, com uma amplitude complacente, que nem o tempo, a ferrugem e seus desvios fez apagar.
Ainda há uma força descomunal, que deixa essas marcas no lugar delas, que te faz inspirar a todos,
e que contagia como o sol contagia em dias quentes de verão e mar azul.

domingo, 15 de maio de 2016

Esquecimento!



Meu medo é de esquecer seu rosto diante dessa confusão de rostos que o dia me trás, sempre na tentativa de trazer de alguma maneira você para perto de mim.
Meu medo é que seu cheiro socorra outro corpo febril de amor que não seja o meu.
Meu medo é que seu coração estanque nosso amor por medo da possibilidade de sangrar.
Meu medo é de não chegar a tempo de afastar o esquecimento de não poder dizer o quanto te amo, e que quero viver o resto de meus dias ao seu lado.
Meu medo é que de tanto tempo longe, esse mesmo tempo, apague as trilhas que me levam a seus braços.