Não só o alimento era plantado pelas mãos e os pés de quem vivia naquela fazendo, as moradias também. Toda casa que fosse acolher uma nova família, era construída com as varas verdes colhidas da mata e pelo barro pisado pelos pés de quem ali residia. O convite era feito e todos respondiam com sua presença. No dia marcado, aos poucos víamos a sobra dos vizinhos rompendo a madrugada, as mulheres enroladas em um casado de frio, e os homens com chapéus de palha e com cigarros feito de fumo, tudo em uma tentativa de espantar o frio. Aos poucos a casa ia tomando forma e a essa altura, as varas verdes tiradas de nossa mata já estavam entrelaçadas, dando forma a sala, aos quartos, ao corredor e a cozinha. Era hora de pisar o barro, de usar as mãos para fazer as paredes surgirem. O café esquentava a natureza de quem ali estava, e seu cheiro corria o vale, acordando quem por acaso, ainda, não estivesse sujo de barro, quem não estivesse cantarolando sem medo que o som rompesse o silêncio que se vestia de paz. Em meio a simplicidade, aos sorrisos, ao barro e a cantoria, mais uma família era instalada. Agora era chegada a hora de comemorar o termino da tapagem da casa. Uma mesa de madeira antiga já estava a nossa esperar, montada a sombra de uma mangueira secular. Frutas, feijão verde, farinha, ensopado de carneiro, molho de pimenta e muitas historias de tantas famílias que ali nasceram, igualzinho a essa que acabara de ganhar sua casa. Um lugar lindo, uma vida linda!!
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