Enquanto sentir o peito apertar e os olhos
lacrimejar, saberei que há vida correndo em minhas veias. Enquanto o corpo
tremer e o chão faltar, haverá um coração que pulsa e anseia pela vida. Enquanto
puder sentir
o vento aliviar o calor ou trazer a chuva ao meu encontro, serei guerreiro do
amor e da paixão. Enquanto puder dobrar o joelho no chão haverá fé.
Enquanto puder sentir a seda da pele através de
minhas mãos, enxergarei o outro como imagem e semelhança. Mandarei flores aos
vivos e lutarei pela tolerância. Enquanto houver alma, gritarei ao mundo que
não é porque vivemos em cárcere, ilhados, que nos tornamos superiores, ou muito
menos imortais. Quando é que perceberemos que dar as mãos é muito mais que um
cumprimento? Quando
aprenderemos que é o bom dia que abre para nós as portas do dia? Será que um dia perceberemos que o que deixaremos de legado
é o conhecimento, conquistado no aprender e no ensinar? Quando deixaremos que nossos olhos
vejam, que fazendo pelo outro, de coração limpo, é a melhor forma de fazermos
por nós? Quando perceberemos que nós somos passageiros
dessa nave mundo, pequenos grãos de areia que um dia voltará ao pó? Tomara que antes disso, todos
percebam que é o amor que nos faz ser vida.

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