Viver em tempos de desamor e avidez voraz pelo ter e pelo poder , é viver frente a frente com a pior face do homem, uma face que se revela forte, persuasiva e devastadora, que tenta anular qualquer face humanitária. Ele quer ser senhor absoluto.
Um senhor de uma guerra contemporânea, que alimenta-se das almas humanas, dos sorrisos e dos primeiros passos que você deixa de ver, da companhia dos amigos que você abdica, e da mão que você não estende. Ele se alimenta dos momentos que dinheiro, poder ou concreto jamais construirão.
Alimenta-se do sangre que escorre vestido de suor, dos dias corridos de trabalho escravo, onde os grilhões que te aprisionam vem em forma do desejo de consumo. Ele é tão perverso quanto os senhores de escravos da era colonial, porém hoje não escolhe etnia, basta que você tenha no coração o desejo efêmero e insensato pela posse e pelo desejo de ser parte.
É contra essa guerra, é contra esse senhor que trago nos olhos e nas pontas dos dedos, um desejo desenfreado de destituí-lo. Para isso sigo apresentando um mundo ao seu avesso, onde viver na ponta do lápis e falando de amor é a arma para desapoderá-lo, de levá-lo a definhar e devolvê-lo ao pó.

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