Quantas vezes ao sentar na beira da linha férrea desejei que o mundo ficasse as escuras do superficial, para que fossemos iluminados apenas pelos olhos de Deus. Quantas vezes ao fazer esse mesmo caminho mim vinha a certeza de que ali, entre um "dormente" e outro, escondia-se um mundo novo e, que de alguma forma meus olhos o enxergava e meu coração o sentia, meu transporte era aquele trem de carga vermelho ferrugem, que em tantas ocasiões eu corria a persegui-lo, puxava de seu seio um grito de ar comprimido, a procura de uma resposta de qual "dormente" se abriria a tal porta para o novo mundo, não sabendo eu que a porta estava a todo tempo em mim, em cada desejo, em cada sonho, em cada palavra, nas pequenas coisas que todos os dias me abraçava e me transportava.
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