Sentada a porta do quintal ela comia e contava
suas historias, a comida era feita em um fogão a lenha, no alto da casa via-se
de longe a fumaça que saia de uma pequena chaminé, denunciava que estava quase
na hora de almoçar. A imagem daquela senhora ficou registrada em minha memória,
seria a primeira vez que vi alguém comendo com as mãos, no prato branco de
louça havia feijão verde, ao lado algumas pimentas machucadas, misturadas com coentro,
farinha e galinha de capoeira, como ela mesma descreveu e, tudo cultivado aos
redores de sua casa, além de nos oferecer um bolinho do feijão feito naquele instante,
na hora, também nos ofereceu um sorriso farto, uma risada sem controle de
volume, sem medos ou receios, o dia ensolarado, o rio límpido que corria próximo
e avistávamos seu leito adiante, passou-se despercebido diante da experiência vivida
ali, descobrimos que há muito mais possibilidades de ser feliz, e o que neste
caso o pouco é mais.
Imagem: tumblr

Nenhum comentário:
Postar um comentário