Seu nome é Antônio, mas poderia ser Jose, Maria
ou tantos outros que fazem de nossa gente o que ela é. Trazia sobre a
cabeça um chapéu, na mão um fogareiro improvisado, feito de arame e panela. Seu
Antonio acende o carvão e começa a caminhada pela areia e, assim já se vão mais
de 20 anos, acendendo o sol e iluminando quem tem o privilegio de dividir com
ele suas historias, que nascem de uma voz baixa e educada. Foram alguns
longos minutos de vida traduzida em cada gesto. Sob cada historia surgia uma
oportunidade de entender o que realmente vale a pena, mas sobre tudo que as
pessoas ainda valem a pena, que nem todos se perderam no emaranhado da ganância e do desamor, ainda existem pessoas de verdade, pessoas que carregam a sensibilidade
na luz dos olhos e nas pontas dos dedos. O que os Antônios vivem nos
barracos improvisados, no desbravamento de áreas aparentemente inabitáveis, nas
construções de palha e tapume, barro e sisal, não lhes tira o brilho da vida,
da esperança, mas lhes ensina a dignidade trazida no sorriso e na luz do olhar.
Aprendemos com seu Antonio que para começarmos a ser felizes, temos que começar
a ser quem somos, que não há dificuldade invencível, não há noite sem dia, não
há choro sem sorriso não há escuridão sem luz.

Você fez essa moça aqui chorar. Pela primeira vez estou lendo as suas palavras e revendo a cena. Hoje descobri a tamanha sensibilidade que tem ao escrever. Espero que você nunca deixe de escrever, nunca deixe de repartir com os ausentes momentos tão lindo. Meu muito obrigada! Nunca vou esquecer o olhar daquele senhor que em poucos momentos ensinou tanto.
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